Integrada à 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, 3ª edição das Caravanas do Bem Viver prevê feira, lançamentos, partilhas, oficinas e atrações culturais na sede da Fiocruz e em diferentes espaços e comunidades da capital entre os dias 16 e 20 de outubro.
Realizada por diversas instituições e movimentos sociais, a próxima edição das Caravanas do Bem Viver ocorre na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 16 e 20 de outubro. Integrada à 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema deste ano é “Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável”, a 3ª Caravana terá, como tema central, o papel das tecnologias sociais e da participação popular para a promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.
Idealizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), a 3ª Caravana do Bem Viver será realizada em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) com coordenação da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS). Participam também representantes da Coordenação Nacional de Comunidades Tradicionais Caiçaras (CNCTC), da Coordenação Nacional de Comunidades Negras e Rurais Quilombolas (CONAQ) e da Comissão Guarani Yvyrupá (CGY), entidade que representa os povos guarani no sul e sudeste do país.
“A Caravana será um momento de fortalecer a articulação com as comunidades, o poder público, universidades e os movimentos sociais para construirmos um futuro onde a saúde, o conhecimento tradicional e a sustentabilidade caminhem juntos, potencializando a voz e a potência dos movimentos sociais em suas territorialidades, incluindo povos tradicionais, indígenas, quilombolas e caiçaras, valorizando seus saberes ancestrais e promovendo o bem-viver", explica o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS), Hermano Castro.
Entre as mais de dez atividades previstas pela Caravana, estão a realização de um encontro sobre o papel das tecnologias sociais e do diálogo entre saberes para a promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável, um colóquio sobre educação diferenciada a ser realizado no Colégio Pedro II e uma reunião com movimentos sociais e organizações de representação de povos e comunidades tradicionais para a construção de possíveis parcerias para a promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.
Outro destaque da programação é a Feira de Saberes e Sabores, que será um espaço de exposição e comercialização de produtos da agricultura familiar, da pesca e maricultura artesanal, trazendo também rodas de conversa e manifestações culturais. Aberta ao público, a atividade ocorre em parceria com a Feira Josué de Castro, que nos acolhe no Pátio da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) no dia 19/10, quinta, das 9h às 15h.
Na programação da Feira, destaque para o lançamento da Campanha Territórios Vivos e para a devolutiva da Campanha Cuidar é Resistir do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), que levou para mais de 7 mil famílias impactadas pelas COVID-19 cestas básicas enriquecidas com pescados e produtos agroecológicos produzidos pelas comunidades tradicionais e a agricultura familiar. Outro destaque será a apresentação dos resultados do Projeto Povos de Caracterização de Territórios Tradicionais, que tem usado a cartografia social para visibilizar as riquezas e desafios de mais de cem territórios tradicionais com as quais a Fiocruz atua no litoral sul do Rio de Janeiro e no litoral norte de São Paulo.
“Somos do movimento social de comunidades tradicionais, que tem seus princípios e formas de se organizar, de se autoidentificar e lutar por seus direitos. E a Fiocruz é uma instituição pública que trabalha focada na saúde e na pesquisa científica. Então temos diferenças, e nosso desafio é trabalhar essas diferenças e avançar naquilo que nos une, que é a busca de soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável e que possibilitem a permanência das comunidades tradicionais em seus territórios”, destaca Vagner do Nascimento, integrante do Colegiado de Coordenação do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e coordenador geral do OTSS.
Sobre as Caravanas
Caravanas passarão pelo Rio e por 7 municípios que integram a área de atuação do OTSS (Fiocruz + FCT), da UFF e da Unesp no contexto do Projeto Redes, iniciativa que visa contribuir para a permanência das comunidades em seus territórios.
Inspiradas nas lutas do povo em suas romarias e caminhadas, as caravanas ocorrem Brasil afora nos mais variados formatos e objetivos. Em geral, envolvem metodologias de mobilização baseadas em ações territorializadas e organizadas em diferentes rotas, o que permite a realização de atividades simultâneas que se complementam e convergem entre si.
No caso da Fiocruz e do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT), as Caravanas do Bem Viver se colocam também como uma resposta à ampliação da equipe e das ações do OTSS desde 2020, quando a organização se tornou um programa institucional da Fiocruz e ampliou sua atuação para um total de sete municípios: Mangaratiba (RJ), Angra dos Reis (RJ), Paraty (RJ), Ubatuba (SP), Caraguatatuba (SP), São Sebastião (SP) e Ilhabela (SP).
“A realização das Caravanas do Bem Viver é uma estratégia fundamental para a nossa aproximação ainda maior ao território. Além disso, ela responde a uma demanda estratégica da Fiocruz, definida em seu Plano Plurianual, que é de aproximar a instituição dos movimentos sociais e aprofundar, com eles, as discussões sobre desenvolvimento e sustentabilidade”, explica Edmundo Gallo, Pesquisador Titular da Fiocruz e Coordenador Geral do OTSS.
Ao todo, as Caravanas do Bem Viver passarão por oito municípios: Angra dos Reis, São Sebastião e Caraguatatuba, Rio de Janeiro, Mangaratiba, Ilhabela e Paraty e Ubatuba. O percurso culminará com a realização, em setembro de 2024, do 1º Encontro Internacional de Territórios e Saberes, evento que reunirá pesquisadores e lideranças comunitárias de diversos países para a articulação de estratégias conjuntas para a promoção de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (TSS) por meio do diálogo entre saberes científicos e tradicionais.
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