A especialização terá duração de um ano e turmas em Angra dos Reis e Paraty. Inscrições podem ser feitas pelo site www.posgraduacaoteresa.org até o dia 06 de março de 2020
Organizada a partir das experiências do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) no território da Bocaina, a Pós-graduação TERESA - Gestão de Territórios e Saberes é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) – uma parceria entre a Fiocruz e o FCT.
"TERESA marca a maturidade da presença da UFF na região, uma vez que, além de abranger nossa área estratégica de atuação (Angra e Paraty), agrega temas e abordagens dos três cursos de graduação do IEAR: Pedagogia, Políticas Públicas e Geografia", ressalta Lício Monteiro, professor adjunto de Geografia Humana e chefe do Departamento de Geografia e Políticas Públicas (IEAR/UFF). Segundo ele, essa realização também é fruto das interações da UFF com o OTSS, a Fiocruz, o FCT e a APA Cairuçu. "Nesse caso há um interesse especial no intercâmbio de conhecimentos e de modos de pensar e agir, para além do ambiente acadêmico. Queremos trazer para o diálogo os movimentos sociais, os agentes públicos, os intelectuais populares, que constroem saberes a partir de suas práticas", completa o professor.
Com um corpo docente multidisciplinar, o curso busca explorar as diferentes maneiras como os territórios e os saberes se produzem mutuamente e constituem novas formas de pensamento e ação política. "Criamos uma pós que é voltada para gestores públicos, professores e pessoas que atuam em movimentos sociais na região. Além disso, ela tem como característica principal o diálogo entre os saberes acadêmicos e aqueles que emanam do território", completa Indira Alves França, coordenadora de Gestão de Saberes do OTSS.
"O curso está alinhado com o Plano de Manejo da unidade e com o plano de ação do Conapa Cairuçu, envolve temas como o conhecimento e saberes tradicionais e a gestão espacial do território, que interessam à gestão da APA de Cairuçu. Nossa expectativa é formar pessoas com espírito crítico que possam dialogar sobre o território e assim facilitar a gestão da APA e do próprio território, que abrange outras unidades de conservação", destaca também Bruno Gueiros, analista ambiental da APA Cairuçu.
Quem pode participar
Para se inscrever, acesse o Edital de Seleção no site www.posgraduacaoteresa.org. Podem se inscrever todas aquelas pessoas que tiverem graduação concluída em qualquer área de conhecimento. Além disso, o curso vai abrir vagas também para pessoas sem graduação em algumas disciplinas específicas na modalidade de "curso de extensão", com certificado.
Por que Teresa?
"O nome Teresa foi dado porque une as iniciais de Território e Saberes e poderia ser uma mera sigla no entanto resulta num nome próprio e muito forte, Teresa, com o qual podemos homenagear Teresa de Benguela, que viveu no Mato Grosso, no século XVIII e foi a líder do Quilombo de Quaritererê", conta Lício Monteiro. Ele também ressalta que Teresa de Benguela é homenageada no dia 25 de julho, dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha e dia nacional Teresa de Benguela. "A escolha foi muito feliz e consegue trazer significados que apontam na direção do que queremos para o curso", finaliza.
Laboratório a céu aberto
"Dentro das temáticas estão todas aquelas que o FCT aborda junto com os temas da UFF do curso de geografia, pedagogia e políticas públicas. Além disso, dentre os educadores encontram-se pessoas de fora da academia, como indígenas, quilombolas e caiçaras", destaca Indira Alves França. O curso busca tomar a região como um laboratório a "céu aberto" e atrair alunos que estejam atuando na região, seja como educadores, agentes públicos, ativistas sociais ou recém-graduados, ampliando e consolidando as redes de pesquisa e atuação.
Com duração de um ano, a especialização será dividida em 4 bimestres que somam 360 horas de aulas presenciais. As disciplinas obrigatórias são: Território e territorialidades; Interculturalidade e saberes; Políticas Públicas, Estado e sociedade; Metodologias e Projeto. As aulas serão oferecidas em duas turmas, com 20 estudantes cada, sendo uma em Paraty e outra em Angra dos Reis, nas dependências das três instituições envolvidas. Ao final do curso os alunos deverão apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso, desenvolvido ao longo do ano.
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