top of page

Rede Marangatu fortalece governança e valorização da sociobiodiversidade costeira marinha

Financiado com recursos do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) do CNPq, projeto integrado pelo OTSS prevê ampliar a criação e adequação em rede de protocolos de coleta de dados para apoiar a governança participativa em territórios costeiros marinhos brasileiros.



Com o objetivo de implantar na região costeira marinha uma rede de pesquisa cidadã e desenvolver estudos integrados em biodiversidade, a Rede Marangatu se prepara para reunir instituições de pesquisa, nacionais e internacionais, que desenvolvem estudos e ações em conjunto com movimentos sociais e povos e comunidades tradicionais de norte a sul do Brasil.


Concebida para ampliar a participação social em pesquisas em biodiversidade, a Rede será composta pelo Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais; pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF); pela Universidade Federal de Sergipe e Fórum de Comunidades Tradicionais de Sergipe; pela Universidade do Sul de Santa Catarina (BR); pela Universidade Federal do Pará (UFPA), pela Universidad de Los Lagos e organizações Mapuche (CL); pela Universidade de Aveiro (UA, Portugal), pela Universidade de Coimbra (UC, Portugal) e por outros pesquisadores colaboradores, acadêmicos e comunitários.


Originada do idioma Guarani, "Marangatu", além de representar uma rede colaborativa e interconectada, pode ser interpretada como "mãe d'água" ou "seres do mar", evocando a presença e a importância de entidades que habitam as águas. As lendas e mitos indígenas frequentemente descrevem essas entidades, ressaltando a conexão profunda entre os seres humanos e o ambiente aquático, bem como a necessidade de um relacionamento respeitoso e harmonioso com a natureza.


"Ganharmos um edital do CNPQ com a Rede Mangaratu significa um reconhecimento da experiência do OTSS no diálogo entre saber tradicional e científico. Também é um grande avanço na medida em que articulamos instituições e movimentos sociais de norte a sul do Brasil, além de parceiros internacionais, para avançarmos na prototipagem de políticas públicas relacionadas à gestão costeira e marinha e à proteção da biodiversidade no Brasil", destaca Edmundo Gallo, Pesquisador Titular da Fiocruz e Coordenador Geral do OTSS.


Próximos passos



A partir de diferentes experiências, desafios e conquistas relacionadas à luta por conservação e justiça socioambiental e pelo reconhecimento dos territórios e saberes tradicionais locais nas diferentes regiões do Brasil, a rede propõe-se a realizar intercâmbios metodológicos e apoiar-se nas seguintes atividades:


a) Consolidação de protocolos de coleta de dados e monitoramento participativo da biodiversidade;


b) Elaboração de cartografias sociais (mapeamentos participativos) e na organização de fóruns de comunidades tradicionais para impulsionar a elaboração de políticas públicas baseadas na integração entre conhecimento tradicional e científico;


c) Elaboração, em conjunto com os PCTs, de comunicações públicas que promovam o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira e o valor cultural da biodiversidade, estimulando os cuidados com a natureza e a territorialização da Agenda 2030;


d) Identificação dos estados e cenários da biodiversidade partindo da percepção dos PCTs sobre espécies ameaçadas de extinção e políticas para cuidado da biodiversidade, dentro e fora de Unidades de Conservação;


e) Inventariar a biodiversidade e os sistemas culturais dos PCTs do norte de São Paulo e sul do Rio de Janeiro, realizados a partir da ciência cidadã participativa;


f) Registrar da biodiversidade da Zona Costeira e Marinha do Centro-Sul de Santa Catarina, do Sistema Costeiro Marinho de Sergipe, da Costa Verde no Rio de Janeiro e do Pará dentro da plataforma do Sistema de Informações sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), atualizada por meio do aplicativo iNaturalist, a partir da ciência cidadã participativa;


g) Registros das receitas culinárias típicas das comunidades tradicionais da Zona Costeira e Marinha do Centro-Sul de Santa Catarina no site da Arca do Sabor, a partir da ciência cidadã participativa;


h) Diretrizes para a elaboração (em conjunto com os PCTs) de Planos de Gestão dos Territórios Tradicionais, a partir da ciência cidadã participativa além de;


i) Elaboração, em conjunto com os PCTs, de comunicações públicas que promovam o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira e o valor cultural da biodiversidade, estimulando os cuidados com a natureza e a territorialização da Agenda 2030 (Cartilhas, webdocumentário, podcasts e informes produzidos pelos participantes do curso em cada região e nacionalmente pela coordenação da Rede Marangatu).


O detalhamento e cronograma das atividades será apresentado após reunião a ser realizada no início de 2024 com a participação de todas as instituições e movimentos que integram a Rede.


***

395 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page