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Avança integração de campi para promoção de territórios sustentáveis e saudáveis no RJ e em SP

Fiocruz, UFF, Unesp, UFRJ, Colégio Pedro 2º e FCT lançaram Plano de Trabalho Interinstitucional com o objetivo de partilhar experiências e integrar ações de ensino, pesquisa e extensão em territórios tradicionais e\ou vulnerabilizados no litoral sul do Rio de Janeiro e no litoral norte de São Paulo.



E se universidades, movimentos sociais, instituições de governo e organizações de representação de povos e comunidades tradicionais se aliassem para pensar conjuntamente ações de ensino, pesquisa e extensão capazes de promover saúde e sustentabilidade em territórios tradicionais e\ou vulnerabilizados? Esta é a base do Plano de Trabalho Interinstitucional lançado, no dia 23\03, por representantes da Vice Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS), do Instituto de Educação de Angra dos Reis da Universidade Federal Fluminense (IEAR\UFF), da Pró-Reitoria de Extensão e do Programa Territorial da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nides\UFRJ), do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Educação Diferenciada do Colégio Pedro II (Nepedif/CPII) e do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT).


O lançamento ocorreu na sede da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), estrutura cedida para a UNESP em Ubatuba e que tem sido um espaço importante para a realização das atividades relacionadas às parcerias institucionais. O Plano abrange, inicialmente, os municípios de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro; e de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Neste território, vivem hoje mais de 200 comunidades caiçaras, indígenas e quilombolas com as quais as organizações que participam do Plano já se articulam.


“Atuamos em um território onde a lógica do capital e dos grandes empreendimentos é muito estruturante. Por isso, sabemos que, sozinhos, temos muito pouca capacidade de transformar o território no sentido plano do bem viver”, explica Leonardo Freitas, coordenador de Gestão e Governança do Observatório de Territórios Sustentáveis da Bocaina (OTSS), uma parceria entre a Fiocruz e o FCT, coordenada pela VPAPPS, que já atua nos sete municípios abrangidos pelo plano.


Além das organizações que já participam formalmente, o lançamento também contou com representações do Ibama e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) em uma primeira aproximação. A perspectiva é que possam se somar ao fortalecimento das ações integradas, assim como outros parceiros institucionais que vêm se mobilizando em torno da promoção de territórios sustentáveis e saudáveis na região.



“Essa articulação direta entre as instituições públicas e os movimentos do território, se fortalecendo mutuamente, representa um arranjo político e institucional muito poderoso diante da complexidade dos desafios que enfrentamos hoje”, destacou José Renato, Diretor do Instituto de Educação da UFF em Angra dos Reis (IEAR\UFF).


“Para nós, é muito importante participar deste momento e a UNESP também se coloca à disposição, especialmente das comunidades. Estamos divididos hoje em 24 cidades e 34 campi, e temos vários cursos que atenderiam perfeitamente o território do litoral, como engenharia ambiental, agroecologia, pesca e aproveitamento de resíduos, entre outros”, completou Juliana Cortez Barbosa, da Pró-Reitoria de extensão da UNESP.


Próximos passos


Para a implementação do plano, um comitê condutor interinstitucional está sendo instituído com representantes das seguintes instituições: Fiocruz, UFF, Unesp, UFRJ, Colégio Pedro II e FCT. Pela Fiocruz, sob a coordenação da VPAAPS, participam o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), o Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (PITSS), a Coordenação de Promoção à Saúde e a Fiocruz Mata Atlântica.


Inicialmente, a perspectiva do grupo é promover ações conjuntas a partir de projetos que já estão em andamento. Um deles é o Projeto Redes, exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, que prevê a constituição de uma Rede de Formação Socioambiental e de Projetos Territorializados de Aprendizagem (PTAs) em articulação com 111 comunidades tradicionais que praticam a pesca artesanal de Mangaratiba (RJ) a Ilhabela (SP). Em sua segunda fase, a implementação já se dá por meio de parceria entre a Fiocruz, a UFF e a Unesp, mas envolve um grupo crescente de novos parceiros.


Outra ação é o Projeto Povos, exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, que prevê a caracterização de mais de 100 comunidades tradicionais da região por meio de metodologias de cartografia social. Esta ação é executada pela Fiocruz em parceria com a Coordenação Nacional de Comunidades Negras e Rurais Quilombolas (Conaq), a Comissão Guarani Yvyrupá (CGY) e a Coordenação Nacional de Comunidades Tradicionais Caiçaras (CNCTC), entidades de representação de povos e comunidades tradicionais que também foram convidadas para compor o comitê condutor interisintitucional.


“São aproximações que fazem todo o sentido para nós. Nosso movimento nasceu com a luta pela educação e entendemos muito bem a importância de pautarmos esse processo”, disse Vagner do Nascimento, coordenador do FCT e coordenador geral do OTSS, que também citou a Campanha Cuidar é Resistir do FCT, as Caravanas do Bem Viver da Fiocruz, da UFF e da Unesp e o Programa Escolas do Território da UFF como exemplos de ações que podem ser aprofundadas pelo conjunto das instituições.


“Sempre foi muito importante para a Fiocruz trabalhar com os territórios e movimentos sociais, e não é à toa que temos uma área dedicada à cooperação social que faz esta articulação. Agora, temos o desafio de avançar, internamente, em uma política de extensão que nos permita, junto ao MEC, conseguir a mesma habilitação de funcionamento das universidades para que possamos ir além das residências e ter mais institucionalidade e unidades envolvidas em atividades diretas de formação nos territórios”, completou Adriana Castro, Coordenadora de Promoção da Saúde da VPAPPS \ Fiocruz.


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Valdemiro de Almeida Pinto Filho
Valdemiro de Almeida Pinto Filho
Apr 12, 2023

A temática demanda por ESG presente em duas vias: no tempo atual na educação popular e educação formal de nossos jovens o diálogo permanente com a nossa história na construção do futuro dessas gerações... (Freire, 2013 - Dialogando com a própria história)

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