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Belém, pós-COP30 e Cúpula dos Povos: um chamado urgente para a ação e a articulação em rede

  • Foto do escritor: Débora Monteiro
    Débora Monteiro
  • há 4 dias
  • 14 min de leitura

Atualizado: há 6 horas

El texto en ESPAÑOL está al final del artículo, después de los logos.


A Amazônia foi palco de um momento histórico que redefiniu a narrativa climática global. Enquanto as discussões oficiais da COP30 prosseguiam na "Blue Zone", os povos do mundo se uniram na Cúpula dos Povos, reafirmando que a verdadeira justiça climática se constrói com justiça social. Uma marcha histórica com mais de 70 mil pessoas tomou as ruas, demonstrando que a resposta à crise climática não virá dos interesses corporativos e de quem lucra com a destruição do planeta, mas sim da mobilização popular e da articulação de saberes e forças.


Composta por diversas instituições de ciência, tecnologia e inovação, movimentos sociais e povos e comunidades tradicionais (PCTs), a Rede Marangatu - uma rede de ciência cidadã que faz parte do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) do Brasil e conta com o apoio e financiamento do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - impulsiona um farol de esperança.


Em uma colaboração estratégica, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade do Estado do Pará (UEPA), a Red de Mujeres Originarias por la Defensa del Mar (Chile), o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, a Comunidade de Estudos Jaina (Bolívia), o Observatório De Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e a Aliança dos Povos e Comunidades Tradicionais em Defensa da Mata Atlântica, o Centro Avançado de Pesquisa-Ação da Conservação e Recuperação Ecossistêmica da Amazônia, o Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental, juntamente com outras instituições, organizações e movimentos sociais como a Rede Mães do Mangue do Marajó, o Movimento de Mulheres de Espírito Santo do Tauá e os Guardiões do Tauá, lançaram um Plano de Ação pós-COP30. Esse plano visa fortalecer alianças, promover o diálogo de saberes, impulsionar a ciência cidadã e consolidar a Justiça Climática, traçando o caminho para o II Encontro Internacional de Territórios e Saberes (EITS), previsto para 2027.


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O II EITS nasce do caminho iniciado em Paraty em 2024, quando Povos e Comunidades Tradicionais, universidades e outras instituições de pesquisa, movimentos sociais, organizações sociais e representantes de governos se reuniram para afirmar a potência dos territórios na construção de alternativas para o futuro comum da humanidade.

O II EITS será realizado como espaço de articulação entre experiências locais e globais em saúde coletiva, justiça socioambiental, sociobiodiversidade, educação emancipatória e inovações digitais territorializadas, fortalecendo a coprodução de conhecimentos para a defesa dos bens comuns e a construção de agendas coletivas para o Bem Viver.

Plano de Ação pós-COP30


O Plano, denominado “Agenda Belém 2025-2027: Governança para Justiça Climática, defesa do patrimônio biocultural, através do Diálogo de Saberes”, concentra-se nos seguintes eixos estratégicos para enfrentar o caos climático e construir um mundo mais justo e democrático:


  • Das Montanhas ao Mar: Governança da Água para o Bem Viver: Compreendendo a interconexão vital dos ecossistemas no ciclo hidrológico global e a necessidade de uma governança hídrica articulada e equitativa.

  • Saúde Mental & Governança do Clima: Reconhecendo os impactos psicossociais das mudanças climáticas e promovendo abordagens holísticas de cuidado.

  • Educação Climática & Diálogo de Saberes: Fomentando a troca de conhecimentos entre ciência, culturas e tradições, essenciais para soluções contextualizadas.

  • Mulheres Defensoras da Vida: Protegendo e fortalecendo o protagonismo das defensoras dos territórios tradicionais na governança de seus territórios e na construção de um futuro sustentável.

  • Alternativas ao Agro-hidro-minero-nuclear-negócio: Analisando e implementando modelos econômicos e produtivos que respeitem a vida e a sociobiodiversidade.

  • “Nada sobre nós sem nós” - Protagonismo de Povos e Comunidades Tradicionais na Articulação & Incidência Política em defesa da Sociobiodiversidade: Garantindo que as decisões sobre os territórios e modos de vida sejam tomadas com a plena participação e poder de decisão dos povos e comunidades tradicionais.


"A Agenda Belém 2025-2027 é um convite à coragem de se organizar e mobilizar para transformar a realidade, aliando ciência, tecnologia e inovação à força dos povos do mundo", Vagner Nascimento, quilombola, coordenador da Aliança dos Povos Tradicionais Guardiões da Mata Atlântica e coordenador do FCT e do OTSS.

Para Carlos Vacaflores, pesquisador da Comunidade de Estudos Jaina/Instituto Tecnológico San Andrés (Tarija/Bolívia), “os caminhos de integração dos povos entre a montanha e o mar são marcados pelos caminhos da água, que por sua vez são os caminhos do vento, um conceito profundamente enraizado na Agenda Belém 2025-2027”.


Por sua vez, Pilar Lizárraga, do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), afirma que “a Agenda Belém 2025-2027, que coloca a marginalização geográfica, econômica e cultural no centro de seu debate, desperta a consciência de que são todos os ecossistemas do mundo, e as formas bioculturais que os habitam, que articulam a vida no planeta”.


“A defesa dos territórios passa pela união dos povos e pela desarticulação das forças que impulsionam a destruição ambiental, como o avanço do capitalismo sobre as comunidades. A luta é coletiva, ultrapassa fronteiras e exige organização, estratégia e consciência para enfrentar os retrocessos que atingem os povos indígena”, Ivanildes Kerexu, da Comissão Guarani Yvyrupa e do FCT.

Nesse contexto, a Marangatu é uma Rede que reforça a valorização de diferentes fontes de conhecimento combatendo o extrativismo acadêmico e descolonizado o saber e o fazer científico e tecnopolítico.


Convidamos você a conhecer a íntegra da "Agenda Belém 2025-2027", que detalha os compromissos e as estratégias para os próximos anos. Para acessar o documento completo, clique no link em destaque abaixo:



Nesse cenário de transformação e valorização do conhecimento local, gostaríamos de estender um convite às Nações Unidas e outras organizações globais que atuam em defesa dos Oceanos, Florestas, Mangues, Montanhas e Glaciais a se somarem a este diálogo de saberes. Claudia Pilar, que representou o Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (Clacso) na construção da Agenda Belém 2025-2027, afirma: “Acreditamos que a colaboração e o aprendizado mútuo com as instituições do Sul Global são fundamentais para construir respostas verdadeiramente eficazes e equitativas aos desafios climáticos, reconhecendo a riqueza de experiências e soluções que emanam diretamente dos territórios e de seus povos”.


"A academia possui a responsabilidade de fomentar a integração entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais, visando compreender os sistemas socioecológicos pertinentes às comunidades tradicionais a fim de promover uma governança ambiental participativa", Iedo Santos, coordenador do Programa de Pós-graduação em Tecnologia, Recursos Naturais e Sustentabilidade da Amazônia–PPGTEC da UEPA.

Análise Crítica de Propostas: O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)


Acompanhando os encaminhamentos da COP30 e dos diversos espaços internacionais, as instituições e organizações envolvidas na construção da Agenda Belém 2025-2027: Governança para Justiça Climática e Diálogo de Saberes estão atentas às propostas apresentadas como "soluções" para a crise climática. Uma dessas propostas, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), está sob análise rigorosa.


“A Rede Marangatu, juntamente com seus parceiros, entende a necessidade de examinar profundamente tais iniciativas e apresentar às comunidades uma análise clara de seus potenciais impactos”, Edmundo Gallo, coordenador Geral da Rede Marangatu e do OTSS.

Iniciativas como o TFFF, apesar de alardeadas como inovadoras, geram preocupações significativas. Por exemplo, como detalhado no documento "TFFF Uma nova armadilha para povos e florestas do Sul Global", a estrutura de governança do TFFF concentra o poder decisório em governos de países industrializados, relegando os países com florestas tropicais a um papel secundário. Críticas apontam que seu "coração financeiro", o Fundo de Investimento em Florestas Tropicais (TFIF), busca lucros em mercados financeiros que historicamente impulsionam a destruição florestal. Esse mecanismo pode, na prática, agravar a dependência de nações do Sul Global e direcionar recursos para grandes investidores, em detrimento das comunidades locais.


Os povos e comunidades tradicionais do mundo inteiro tem construído numerosas experiências alternativas, como os fundos solidários e comprometidos com o bem comum, baseados numa estrutura solidária, equitativa, democrática que mostram como são possíveis novas economias diversas e plurais para construir respostas eficazes. Neste contexto, a pesquisadora Gabriela Vedovello reforça que “os povos e comunidades tradicionais são os primeiros impactados pelos efeitos das mudanças climáticas, e são também os detentores dos conhecimentos mais profundos sobre os territórios em que vivem e suas dinâmicas. Por isso, são também conhecedores de excelentes estratégias de mitigação e adaptação climática” .


A liderança Yohana Coñuecar Llancapani, da Red de Mujeres Originarias por la Defensa del Mar (Chile), relata: “Nossa conexão profunda com a terra e o mar nos move e nos dá força para defender a vida. Queremos fortalecer ainda mais essa articulação em Redes, compartilhando abertamente tanto nossas experiências bem-sucedidas quanto os desafios que enfrentamos, pois é na troca e no aprendizado coletivo que forjamos soluções para a proteção dos povos originários e do planeta. Nossas tradições de espiritualidade, pesca e mariscagem, por exemplo, oferecem um vasto campo de conhecimento que pode ser compartilhado. Observamos que, em diversas ocasiões, a visão oficial das grandes conferências e a atuação de alguns estados muitas vezes se distancia das realidades e das soluções que nascem diretamente dos territórios e de seus povos, demonstrando que uma abordagem mais colaborativa e atenta às nossas vozes é não apenas desejável, mas fundamental para o sucesso das ações climáticas".



A pesquisadora e coordenadora executiva da Rede Marangatu, Júlia Borges, explica que: “a proposta final de engajamento ou de contraposição a tais fundos será cuidadosamente analisada por um grupo diversificado de lideranças de diferentes povos e países, e por instituições de ciência, tecnologia e inovação do Sul Global. Este coletivo buscará traçar soluções que garantam que as vozes dos povos e suas necessidades sejam priorizadas”.


Para uma compreensão aprofundada das preocupações levantadas sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, acesse o documento completo clicando no texto em destaque abaixo:



A ativista Adenilse Borralhos, do Movimento de Mulheres de Espírito Santo do Tauá-MOMEST e pesquisadora da comunidade pesqueira Espírito Santo do Tauá-PA, afirma: “Não precisamos de mais exemplos de exploração desenfreada das florestas, rios e mares, só pelo lucro. Precisamos da nossa floresta em pé, da nossa água limpa e uma economia verde que respeita as vidas das comunidades tradicionais e o ambiente".


Já Ronaldo, coordenador do Núcleo Guardiões do Tauá e pescador da comunidade de Espírito Santo do Tauá-PA declara: “Estamos diante de um novo desastre ambiental que é a exploração dos combustíveis fósseis na Amazônia. Nossa segurança alimentar está ameaçada e não só isso, mas todo o nosso modo de vida, porque para nós de comunidade tradicional a água, o rio e o mar são a nossa casa, não queremos esse empreendimento de destruição. Nós não fomos consultados, nossos direitos não estão sendo garantidos como manda a convenção 169 da OIT”.


O Legado da Cúpula dos Povos: Uma Visão Unificada


A Cúpula dos Povos consolidou um legado duradouro de resistência e proposição, do qual esta rede é parte integrante. Sua essência reside na convicção de que a transformação social é inseparável da luta por um clima justo. Os princípios defendidos na Cúpula – de que não há justiça climática sem justiça social e que as soluções devem vir das bases – continuam a inspirar e guiar a mobilização.


A articulação em rede, fortalecida pelo protagonismo de povos e comunidades tradicionais aliados a instituições de ciência, tecnologia e inovação, representa a esperança para a valorização das fontes de conhecimento do Sul Global, combatendo o extrativismo acadêmico e descolonizando o saber.

Nesta direção, a Coordenadora de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz Pernambuco, Naíde Teodósio Valois, destaca a importância da cooperação na produção de saberes e de instrumentos que operem como dispositivos de autonomia e incidência sociopolítica das comunidades, como os processos formativos de agentes populares e em vigilância popular em saúde.


O engajamento da população amazônida na defesa de seu território impulsiona as vozes globais pela redução da temperatura do planeta e pela pressão para que países poluentes e os bilionários paguem por seus impactos. Neste sentido, a Agenda Belém 2025-2027 se soma na luta contra a desinformação para informar e engajar centenas de milhares de pessoas na construção de um futuro mais justo.


Para ler a íntegra da Declaração da Cúpula dos Povos, que pautou estas e outras reivindicações essenciais, o documento completo estará disponível em:



Para confirmar a sua assinatura na Carta Manifesto e sua participação do documento e plano de ação de Agenda Belém, insira seus dados no formulário disponível pelo link abaixo:

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Belém, post-COP30 y Cumbre de los Pueblos: un llamado urgente a la acción y a la articulación en red


La Amazonía fue escenario de un momento histórico que redefinió la narrativa climática global. Mientras las discusiones oficiales de la COP30 avanzaban en la “Zona Azul”, los pueblos del mundo se unieron en la Cumbre de los Pueblos, reafirmando que la verdadera justicia climática se construye con justicia social. Una marcha histórica con más de 70 mil personas tomó las calles, demostrando que la respuesta a la crisis climática no vendrá de los intereses corporativos ni de quienes lucran con la destrucción del planeta, sino de la movilización popular y de la articulación de saberes y fuerzas.


La Red Marangatu, compuesta por diversas instituciones de ciencia, tecnología e innovación, movimientos sociales y pueblos y comunidades tradicionales (PCT), impulsa un faro de esperanza. En una colaboración estratégica, la Fiocruz, la Universidad del Estado de Pará, la Red de Mujeres Originarias por la Defensa del Mar (Chile), el Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, la Comunidad de Estudios Jaina (Bolivia), el Observatorio de Territorios Sustentables y Saludables de la Bocaina, el Foro de Comunidades Tradicionales y la Alianza de los Pueblos de la Mata Atlántica, junto con otras instituciones, organizaciones y movimientos sociales como la Red Madres del Manglar del Marajó, el Movimiento de Mujeres de Espírito Santo do Tauá (MOMEST) y los Guardianes del Tauá, lanzaron un Plan de Acción post-COP30. Este plan busca fortalecer alianzas, promover el diálogo de saberes, impulsar la ciencia ciudadana y consolidar la Justicia Climática, trazando el camino hacia el II Encuentro Internacional de Territorios y Saberes (EITS), previsto para 2027.


El Plan, denominado “Agenda Belém 2025-2027: Gobernanza para la Justicia Climática y defensa del patrimonio biocultural a través del Diálogo de Saberes”, se centra en ejes estratégicos para enfrentar el caos climático y construir un mundo más justo y democrático:


  • De las Montañas al Mar: Gobernanza del Agua para el Buen Vivir: comprendiendo la interconexión vital de los ecosistemas en el ciclo hidrológico global y la necesidad de una gobernanza hídrica articulada y equitativa.

  • Salud Mental y Gobernanza del Clima: reconociendo los impactos psicosociales del cambio climático y promoviendo enfoques holísticos de cuidado.

  • Educación Climática y Diálogo de Saberes: fomentando el intercambio de conocimientos entre ciencias, culturas y tradiciones, esenciales para soluciones contextualizadas.

  • Mujeres Defensoras de la Vida: protegiendo y fortaleciendo el protagonismo de las defensoras de los territorios tradicionales en la gobernanza de sus territorios y en la construcción de un futuro sostenible.

  • Alternativas al Agro-hidro-minero-nuclear-negocio: analizando e implementando modelos económicos y productivos que respeten la vida y la sociobiodiversidad.

  • “Nada sobre nosotros sin nosotros”: Protagonismo de Pueblos y Comunidades Tradicionales en la Articulación e Incidencia Política en defensa de la Sociobiodiversidad: garantizando que las decisiones sobre los territorios y modos de vida sean tomadas con la participación plena y el poder de decisión de los pueblos y comunidades tradicionales.


Según Vagner Nascimento, quilombola, miembro de la Alianza de los Pueblos de la Mata Atlántica y coordinador del Foro de Comunidades Tradicionales y del Observatorio de Territorios Sustentables y Saludables de la Bocaina, la “Agenda Belém 2025-2027 es una invitación al coraje de organizarse y movilizarse para transformar la realidad, aliando ciencia, tecnología e innovación a la fuerza de los pueblos del mundo”


"Los caminos de integración de los pueblos entre las montañas y el mar están marcados por los caminos del agua, que a su vez son los caminos del viento, un sentido que está profundamente marcado en la Agenda Belém 2025-2027", Carlos Vacaflores, investigador de la Comunidad de Estudios Jaina/Instituto Tecnológico San Andrés de Tarija, Bolivia.

Por su parte, Pilar Lizárraga, del Concejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, CLACSO, “la Agenda Belém 2025-2027, que coloca en el centro las marginalidades geográficas, económicas y culturales, nos despierta la conciencia de que son todos los ecosistemas del mundo, y las formas bioculturales que los habitan, los que articulan la vida en el planeta”.


La Red Marangatu, una red de ciencia ciudadana que integra el Programa de Investigación en Biodiversidad (PPBio) de Brasil y cuenta con el apoyo y financiamiento del Consejo Nacional de Investigación (CNPq) y el Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación (MCTI), refuerza la valorización de las fuentes de conocimiento, investigaciones y científicos de la Amazonía y del Sur Global, combatiendo el extractivismo académico y descolonizando el saber y el hacer científico y tecnopolítico.


Invitamos a conocer la versión completa de la “Agenda Belém 2025-2027”, que detalla los compromisos y estrategias para los próximos años. El documento completo está disponible abajo:



En este escenario de transformación y valorización del conocimiento local, extendemos una invitación a las Naciones Unidas y a otras organizaciones globales que actúan en defensa de los Océanos, Bosques, Manglares, Montañas y Glaciares a sumarse a este diálogo de saberes. Claudia Pilar, quien representó al Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO) en la construcción de la Agenda Belém 2025-2027, afirma: “Creemos que la colaboración y el aprendizaje mutuo con las instituciones del Sur Global son fundamentales para construir respuestas verdaderamente eficaces y equitativas a los desafíos climáticos, reconociendo la riqueza de experiencias y soluciones que emergen directamente de los territorios y de sus pueblos”.


Análisis Crítico de Propuestas: El Fondo Bosques Tropicales para Siempre (TFFF)


Acompañando los diálogos de la COP30 y de diversos espacios internacionales, las instituciones y organizaciones involucradas en la construcción de la Agenda Belém 2025-2027: Gobernanza para la Justicia Climática y Diálogo de Saberes están atentas a las propuestas presentadas como “soluciones” para la crisis climática. Una de estas propuestas, el Fondo Bosques Tropicales para Siempre (TFFF), se encuentra bajo análisis riguroso.


"La Red Marangatu, junto con sus aliados, entiende la necesidad de examinar profundamente tales iniciativas y presentar a las comunidades un análisis claro de sus posibles impactos", Edmundo Gallo, coordinador general de la Red Marangatu y del Observatorio de Territorios Sustentables y Saludables de la Bocaina.

Iniciativas como el TFFF, aunque promovidas como innovadoras, generan preocupaciones significativas. Tal como se detalla en el documento TFFF: Una nueva trampa para los pueblos y bosques del Sur Global, la estructura de gobernanza del TFFF concentra el poder decisorio en los gobiernos de países industrializados, relegando a los países con bosques tropicales a un papel secundario. Críticas señalan que su “corazón financiero”, el Fondo de Inversión en Bosques Tropicales (TFIF), busca ganancias en mercados financieros que históricamente impulsan la destrucción forestal. Este mecanismo puede, en la práctica, aumentar la dependencia de las naciones del Sur Global y desviar recursos hacia grandes inversionistas, en detrimento de las comunidades locales.


Los pueblos y comunidades tradicionales de todo el mundo han construido numerosas experiencias alternativas, como fondos solidarios comprometidos con el bien común, basados en estructuras solidarias, equitativas y democráticas, que demuestran que nuevas economías diversas y plurales son posibles para construir respuestas eficaces.


Yohana Coñuecar Llancapani, de la Red Mujeres Originarias por la Defensa del Mar, en Chile, relata: “Nuestra conexión profunda con la tierra y el mar nos mueve y nos da fuerza para defender la vida. Queremos fortalecer aún más esta articulación en Redes, compartiendo abiertamente nuestras experiencias exitosas y también los desafíos que enfrentamos, porque es en el intercambio y en el aprendizaje colectivo donde forjamos soluciones para la protección de los pueblos originarios y del planeta. Nuestras tradiciones de espiritualidad, pesca y recolección marina, por ejemplo, ofrecen un vasto campo de conocimiento que puede ser compartido. Observamos que, en diversas ocasiones, la visión oficial de las grandes conferencias y la actuación de algunos Estados se distancia de las realidades y de las soluciones que nacen directamente de los territorios y de sus pueblos, demostrando que un enfoque más colaborativo y atento a nuestras voces no solo es deseable, sino fundamental para el éxito de las acciones climáticas”.


La coordinadora ejecutiva de la Red Marangatu, Júlia Borges, explica: “La propuesta final de compromiso o posicionamiento frente a tales fondos será cuidadosamente analizada por un grupo diverso de liderazgos de distintos pueblos y países, y por instituciones de ciencia, tecnología e innovación del Sur Global. Este colectivo buscará trazar soluciones que garanticen que las voces y necesidades de los pueblos sean priorizadas”.


Para una comprensión detallada de las preocupaciones sobre el Fondo Bosques Tropicales para Siempre, clic aquí y acceda al documento completo.

El Legado de la Cumbre de los Pueblos: Una Visión Unificada


La Cumbre de los Pueblos consolidó un legado duradero de resistencia y proposición, del cual esta red es parte fundamental. Su esencia reside en la convicción de que la transformación social es inseparable de la lucha por un clima justo. Los principios defendidos en la Cumbre – que no hay justicia climática sin justicia social y que las soluciones deben surgir desde las bases – continúan inspirando y guiando la movilización.


La articulación en red, fortalecida por el protagonismo de los pueblos y comunidades tradicionales aliados a instituciones de ciencia, tecnología e innovación, representa una esperanza para la valorización de las fuentes de conocimiento del Sur Global, combatiendo el extractivismo académico y descolonizando el saber. El compromiso de la población amazónica en la defensa de su territorio impulsa las voces globales que exigen la reducción de la temperatura del planeta y que los países más contaminantes y los grandes millonarios paguen por sus impactos.


En este sentido, la Agenda Belém 2025-2027 se suma a la lucha contra la desinformación para informar y movilizar a cientos de miles de personas en la construcción de un futuro más justo.


Para leer la versión completa de la Declaración de la Cumbre de los Pueblos, que orientó estas y otras reivindicaciones esenciales, el documento está disponible abajo:



Para confirmar su firma en la Carta Manifiesto y su participación en la Agenda Belém, ingrese sus datos en el formulario disponible en el siguiente enlace abajo:




 
 
 

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