Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (GO) reafirma a força dos territórios tradicionais na luta contra a crise climática
- Juliana Vilas
- 2 de out.
- 2 min de leitura
Com a participação de militantes do FCT e pesquisadoras do OTSS/Fiocruz, evento organizado pelo Ministério da Cultura destacou a preservação da cultura tradicional como estratégia de promoção de justiça socioambiental

Entre os dias 17 e 20 de setembro, o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS/Fiocruz) e o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) participaram do Seminário Internacional Culturas Tradicionais e Populares e Justiça Climática. O evento, parte da programação do XXV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, foi uma iniciativa do Ministério da Cultura e reuniu mestras e mestres de saberes, grupos culturais, pesquisadores e gestores públicos.
Um dos objetivos do encontro foi debater o papel indispensável das comunidades tradicionais na construção de soluções eficazes para a crise ambiental. Os diálogos reforçaram como os conhecimentos ancestrais e as práticas culturais são ferramentas poderosas para a promoção da Justiça Climática em escala global.
Representando o FCT e o OTSS, Mestra Marilda, do Quilombo do Bracuí (Angra dos Reis/RJ), integrou a mesa “Culturas Populares e Propriedade Intelectual”. A fala da Mestra destacou a importância dos registros de propriedade intelectual como um mecanismo fundamental para a salvaguarda dos saberes e práticas desenvolvidos e mantidos pelas comunidades tradicionais.
Ana Carolina Barbosa, do Sertão do Ubatumirim (Ubatuba/SP), militante do FCT e pesquisadora do OTSS, também participou dos debates. Ela ressaltou a centralidade da cultura nas discussões sobre o clima, afirmando que os saberes e práticas tradicionais são a base para a formulação de políticas públicas eficazes, o fortalecimento territorial e o aumento da resiliência comunitária diante dos desafios climáticos.
O seminário reafirmou a urgência de reconhecer e valorizar as comunidades tradicionais como protagonistas na construção de um futuro mais justo e sustentável. Como resultado direto das discussões, o encontro inspirou a elaboração da “Carta das Culturas Tradicionais e Populares à COP30”.
O documento é um manifesto sobre Justiça Climática, endereçado à Cúpula da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), programada para iniciar em 10 de novembro, em Belém (PA), alertando que as vozes e soluções dos povos e comunidades tradicionais do Brasil devem ser ouvidas no mais importante palco de discussões climáticas do mundo.




















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