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Mulheres em Rede: encontros fortalecem laços e saberes nas comunidades de Ubatuba/SP

  • Foto do escritor: Déborah Gérbera
    Déborah Gérbera
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Ação formativa promovida pelo Projeto Redes reúne mulheres em vivências de afeto, ancestralidade e artesanato nas comunidades do Bonete e do Puruba.


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Troca de saberes, risos, desabafos e afeto marcaram os dois encontros Mulheres em Rede, realizados em abril de 2025 pelo Projeto Redes, em Ubatuba/SP. As atividades aconteceram nas comunidades tradicionais da Praia Grande do Bonete (09/04) e do Puruba (26/04), com o objetivo de aproximar mulheres de diferentes territórios para momentos de conexão, aprendizado coletivo e fortalecimento comunitário.


A proposta nasceu a partir da escuta sensível de demandas das próprias mulheres, que expressaram o desejo de criar espaços de troca e pertencimento, onde a cultura, o cuidado e a ancestralidade pudessem florescer juntas.


“Pensamos esse espaço como um lugar seguro, de confiança e companheirismo. Um momento para que as mulheres pudessem se encontrar, trocar experiências e se fortalecer”, explica a educadora Júlia Martins, uma das idealizadoras da ação.

Primeiro encontro: Bonete e a retomada de laços

O primeiro encontro aconteceu na Praia Grande do Bonete, no sul de Ubatuba, reunindo mulheres da própria comunidade e de outras regiões. Com uma programação que uniu práticas manuais e acolhimento emocional, o dia foi dedicado ao fortalecimento dos vínculos femininos por meio do artesanato e da convivência afetiva.


As oficinas incluíram trabalho com fibra de bananeira, conduzido pela mestra quilombola Cidinha, da Caçandoca, e decoupagem em pano de prato, com a educadora Cláudia Maria.


“Foi mais do que artesanato. Choramos, rimos, nos reconhecemos. Tivemos momentos de lazer, de cuidado e de emoção verdadeira. Mulheres que chegaram sem saber se queriam participar saíram deslumbradas, falando em produzir para vender ou simplesmente para se sentirem bem. Foi transformador”, relata Cláudia.

A atividade também resgatou a memória de um antigo coletivo de artesãs da comunidade, despertando o desejo de reativar essas redes de apoio e criação.



Segundo encontro: Puruba e os fios da ancestralidade

No dia 26 de abril, o segundo encontro reuniu mulheres do norte de Ubatuba, do Sumidouro ao Ubatumirim, na comunidade do Puruba. A oficina foi conduzida por Edineia, mestra artesã da comunidade do Prumirim, que ensinou a técnica ancestral do trançado da taboa, passada por gerações entre mulheres de sua família.


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“Cada trança era mais que uma técnica: era memória viva, cultura pulsante. As mulheres estavam unindo não só fibras, mas histórias e territórios. Começamos pelos gestos, mas o que se formou foi um grande círculo de pertencimento”, compartilhou Luciana Polly, educadora apoiadora da região norte.

O encontro reafirmou o papel das mulheres como guardiãs da cultura local, e como protagonistas na construção de redes solidárias e resilientes.

"Mulheres em Rede" integra o conjunto de ações formativas agrupadas do Projeto Redes em Ubatuba, que atua no fortalecimento das comunidades tradicionais por meio da educação, da cultura e da valorização dos saberes locais.


“Nosso desejo é que esses encontros continuem se expandindo, respeitando as singularidades de cada território, fortalecendo a autonomia e a autoestima das mulheres”, completa Júlia Martins.

Com cada gesto, cada palavra e cada partilha, as mulheres de Ubatuba seguem tecendo um território de afeto, cultura e resistência.


Por Déborah Gérbera


Fotos: Déborah Gérbera


📌 Sobre o Projeto Redes: O Projeto Redes (nova denominação do PEA Costa Verde) é uma condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para a exploração de petróleo e gás natural da Petrobras na Bacia de Santos. Sua implementação ocorreu no litoral norte de São Paulo e no litoral sul do Rio de Janeiro. A fase 2 é realizada em parceria com a Fiotec/Fiocruz por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (@otssbocaina), do Fórum de Comunidades Tradicionais (@forumdecomunidadestradicionais), da UFF e da Unesp.


 
 
 

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