TBC: Turismo de Base Comunitária chega ao Sertão do Ubatumirim para fortalecer a comunidade caiçara
- Caroline Nunes

- há 10 horas
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Moradores e membros da Rede Nhandereko se reuniram durante a Semana “A Juçara é Nossa” para discutir o TBC como ferramenta de valorização cultural, econômica e ambiental do território

No dia 5 de novembro, o Sertão do Ubatumirim, comunidade caiçara localizada no norte de Ubatuba (SP), recebeu uma importante roda de conversa sobre Turismo de Base Comunitária (TBC), realizada durante a Semana “A Juçara é Nossa”. O evento reuniu moradores locais, especialistas e assessores em TBC, promovendo um diálogo sobre como o turismo pode ser uma ferramenta de fortalecimento econômico e cultural.
Sérgio Salvati, assessor de TBC do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), destacou o potencial da comunidade para receber visitantes de forma organizada, valorizando sua história, cultura e biodiversidade.
“É uma alegria estar aqui. A comunidade do Sertão do Ubatumirim tem um potencial enorme, não só com a Semana da Juçara, mas também com a produção da roça, contação de histórias e outros atrativos naturais e culturais”, afirma.
Ele ressalta que o TBC é uma oportunidade de colocar os produtos da comunidade no mercado de forma sustentável, criando roteiros turísticos que respeitem os saberes tradicionais e o modo de vida caiçara.
Durante a visita, os participantes percorreram as roças tradicionais e a Casa da Farinha, conhecendo de perto as técnicas ancestrais de cultivo e processamento de alimentos, que fazem parte da identidade da comunidade.
“Acho que o TBC vai gerar uma renda para a comunidade, é a realização de um sonho. O turismo de base comunitária vai nos fortalecer como moradores tradicionais e manter nossa cultura viva”, comemorou Ana Rosa Barbosa, moradora do Sertão do Ubatumirim.

Ana Rosa também ainda ressalta alguns atrativos do território, como a ABU (Associação dos Bananicultores do Ubatumirim), o bananal, o plantio da juçara e do cacau, a trilha que leva à travessia de rios e à cachoeiras, além da observação da rica diversidade de fauna. Uma das atividades que vem crescendo é a recepção de grupos de observadores de aves, demonstrando a riqueza de opções de contato do visitante com a natureza.
Segundo ela, o TBC é uma forma de envolver os jovens da comunidade e garantir a continuidade das tradições. “Hoje em dia estamos buscando atrair e manter os jovens para os projetos de sustentabilidade comunitária, e essa iniciativa pode fortalecer nossa comunidade e manter nossa cultura viva”, avalia.
Daniele Elias, presidente da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (AMOQC) e coordenadora da Rede Nhandereko, reforçou a importância do TBC como instrumento de resistência e valorização territorial.
“O turismo de base comunitária não é apenas comercialização de roteiros. É uma ferramenta de luta para que a comunidade possa se manter em seu território, fortalecendo a agricultura tradicional, a cultura e a participação dos jovens.”
A iniciativa visa integrar o Sertão do Ubatumirim à Rede Nhandereko e à Central de Comercialização de TBC, criando roteiros que permitam aos visitantes conhecerem a história, a cultura e a biodiversidade do sertão de forma ética e sustentável. Além disso, a iniciativa busca oferecer alternativas de renda que beneficiem toda a comunidade, valorizando o modo de vida caiçara e suas tecnologias tradicionais.
Com o TBC, o Sertão do Ubatumirim se prepara para receber visitantes interessados em experiências autênticas e conscientes, mostrando que turismo e preservação cultural e ambiental podem caminhar lado a lado.
Por Caroline Nunes
Serviço
Para conhecer mais sobre os trabalhos da comunidade do Sertão do Ubatumirim, entre em contato com Jairinho no telefone (12) 99768-8119. E para saber mais sobre outros roteiros da Rede Nhandereko, contate a Central de Comercialização de TBC.
Cel: 24 992475959
E-mail: tbc.nhandereko@gmail.com
Rede Nhandereko: visite www.redenhandereko.org.br e @redenhandereko.



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