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Fiocruz abre inscrições para curso sobre saúde e agroecologia em territórios tradicionais

Em articulação com a Vice Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (Vpaaps), "Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia” é fruto de uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz) e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), uma aliança entre a Fiocruz e o Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba (FCT).



A Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), em parceria com o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), recebe, até o dia 01 de julho, inscrições para o “Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia”. Previsto para ocorrer entre setembro e dezembro de 2022, o curso visa formar e integrar trabalhadores da área da saúde e representantes da sociedade civil que trabalhem na relação entre saúde e agroecologia no contexto de povos e comunidades tradicionais.


O curso tem 90 vagas e duração total de 100 horas divididas em quatro módulos à distância e um momento presencial ao final, a ser realizado na sede do OTSS, em Paraty (RJ). Durante o momento presencial, com duração de 5 dias (30 horas), os alunos participarão de visitas técnicas guiadas, aulas práticas e de mutirão para a reaplicação de tecnologias sociais de agroecologia considerando as metodologias desenvolvidas no contexto de comunidades tradicionais.


Já os conteúdos programáticos, as reflexões críticas e os exercícios do curso seguem um ciclo de aprendizagem composto por quatro módulos que serão abordados de maneira articulada. As sessões temáticas estão organizadas partindo da ótica da determinação social da saúde e da vida, seus aspectos políticos e intersetoriais, sua visão global dentro da Agenda 2030 e sua aplicabilidade local em territórios por meio de ferramentas participativas e tecnologias sociais apropriadas.




"Esse curso tem sido pensado há bastante tempo e é fundamental, sobretudo, para o fortalecimento dos territórios das comunidades tradicionais. A gente faz votos de que tenha bastante adesão e que gere resultados importantes para o nosso território", destaca Ronaldo dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (AMOQC), liderança do FCT e integrante da Coordenação Nacional de Comunidades Negras e Rurais Quilombolas (Conaq).


O “Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia” é financiado com recursos de emenda parlamentar por iniciativa da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) em articulação com a Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (AMOCQ).


Fortalecendo a agenda de saúde e agroecologia na Fiocruz



A Vice Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (Vpaaps) também participa ativamente do curso. “A Vpaaps é responsável por assessorar a presidência em todas as iniciativas institucionais da Fiocruz no tema da agroecologia. Então trazer esse olhar contribui para levar a agenda de saúde e agroecologia para dentro de toda a instituição”, explica Natália Almeida, pesquisadora da Vpaaps que contribui com a elaboração dos módulos do curso.


Segundo ela, a iniciativa se alinha diretamente ao segundo eixo da agenda de saúde e agroecologia na Fiocruz, que é ‘Saberes e Práticas: educação, inovações, produção e divulgação do conhecimento popular e técnico-científico’. "Nesse eixo da agenda estão concentradas as iniciativas de formação, internas e externas, relacionadas à agroecologia. E este curso, que é o primeiro da Ensp dedicado ao tema, se insere num conjunto de articulações que a Fiocruz vem fazendo para incidir e articular a saúde e a agroecologia em territórios de povos e comunidades tradicionais como uma expressão de um processo de articulação inter-unidades que reconhece e aprende com os saberes e práticas já existentes em vários territórios em todo o Brasil", completa.


Entre outras ações da instituição que podem se beneficiar do curso, ela cita o Projeto Ará. Dedicado ao "Desenvolvimento Sustentável e Promoção da Saúde em populações vulnerabilizadas de agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais rurais e urbanos no contexto da Covid-19”, o projeto envolve, de forma direta, um público de 700 pessoas de 38 comunidades em três regiões do Rio de Janeiro e em Ubatuba, em São Paulo, incentivando a incorporação de tecnologias sociais, a geração de trabalho e renda, a organização comunitária e a segurança alimentar e nutricional das famílias.


Planejam e coordenam ações nos territórios onde atuam, em diálogo com as comunidades, o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde (Fiocruz Petrópolis), o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica e o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (Programa Bocaina), organização que promove o curso ao lado da Ensp. A Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) coordena o projeto que reúne os diferentes programas, já buscando criar um ambiente de gestão, monitoramento, produção de conhecimentos e comunicação de forma compartilhada entre as ações.


Sobre o OTSS



Criado em 2009 a partir de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS) é um espaço tecnopolítico de geração de conhecimento crítico, a partir do diálogo entre saber tradicional e científico, para o desenvolvimento de estratégias que promovam sustentabilidade, saúde e direitos para o bem viver das comunidades tradicionais em seus territórios.


Sob a coordenação da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz (VPAAPS) e com o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), atua em territórios indígenas, quilombolas e caiçaras de Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty, Ubatuba, São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela nas áreas de saneamento ecológico, agroecologia, turismo de base comunitária (TBC), promoção da saúde, educação diferenciada, justiça socioambiental, cartografia social, incubação de tecnologias sociais e monitoramento territorializado da Agenda 2030.


Na área de agroecologia, uma de suas articulações mais importantes tem sido o apoio à Campanha Cuidar é Resistir. Coordenada pelo FCT, a iniciativa já beneficiou mais de 7 mil famílias de 140 territórios tradicionais caiçaras, indígenas e quilombolas impactados pela pandemia com cerca de 20 mil cestas básicas enriquecidas com pescado e produtos agroecológicos produzidos pelas próprias comunidades do território. A ação ocorre junto a comunidades tradicionais de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, e de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.


Aqui na Incubadora de Tecnologias Sociais do OTSS, a gente trabalha em quatro frentes e uma delas é a agroecologia. Por isso este curso é tão importante para nós, porque traz a dimensão da qualificação do nosso debate em relação às relações entre saúde e agroecologia e nos aproxima de outros parceiros para que possamos atuar juntos na promoção de territórios sustentáveis e saudáveis a partir do diálogo entre saberes", completa Sidélia Silva, coordenadora da ITSS/OTSS e uma das coordenadoras adjuntas do curso.


Para saber mais sobre a Campanha Cuidar é Resistir, clique aqui.


Para saber mais sobre o OTSS, acesse: www.otss.org.br.



Fotos: Eduardo Napoli / OTSS

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Escola Semente de Jurema
Escola Semente de Jurema
Jun 01, 2022

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